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Estamos acostumados a
uma ideia um tanto vaga sobre o perdão: a de que, quando perdoamos alguém, estamos
oferecendo um benefício a essa pessoa que nos causou dor. Mas será que os
benefícios que o perdão pode trazer estão mesmo restritos ao outro?
O perdão é o ato de
soltar uma questão dolorosa, é se desprender do que aconteceu. É uma atitude de
limpeza em relação aos fatos. Imagine se sua casa estivesse muito suja, todos
os objetos e móveis bagunçados, fora do lugar. Imagine se o lixo estivesse dentro
de casa produzindo um odor insuportável. Você conseguiria viver numa casa assim?
Claro que não. Em pouco tempo você teria adquirido doenças graves.
Pois bem, o mesmo acontece com nosso ambiente
interior. As vezes, nossas estruturas internas passam pela mesma situação: estão
repletas de sentimentos guardados, emoções reviradas e pensamentos fora de
ordem. Assim como é muito difícil trabalhar e viver numa casa suja e desorganizada,
é igualmente custoso habitar um ecossistema interior cheio de coisas antigas e
em decomposição.
Quando estamos numa
casa desarrumada, usamos água e sabão e fazemos uma boa faxina para aliviar o
ambiente. O perdão é a faxina que devemos fazer na nossa alma. É a água e o sabão
invisíveis que necessitamos para colocar em dia nosso ambiente astral. E, para
alavancar o trabalho de limpeza, podemos lançar mão de um ótimo detergente: a compreensão.
Perdão e compreensão devem andar juntos, sabe por quê? Porque, para perdoar, é preciso
analisar os fatos e enxergá-los não só com os olhos do ego, mas com nossa
verdadeira essência divina, com nossa verdadeira bondade.
Uma atitude que pode
nos ajudar é tomar consciência de que todas as situações que vivemos são
atraídas por nós mesmos. Se conseguirmos ter essa visão de que somos criadores
de nossa própria realidade, então será mais fácil olhar a vida de uma forma
mais leve e entender que ninguém nos ofende ou faz mal algum a nós. Ao
contrário disso, esse mal que atribuímos ao outro estava, tão somente, sendo
armazenado em nossas próprias emoções. A atitude do outro apenas fez essa
emoção vir à tona. Logo, muitas das ocorrências que passamos são projeções do
que sentimos e, mais ainda, das expectativas que criamos a respeito dos outros,
de nós mesmos e da vida.
Esse é um ponto muito
importante! Por vivermos ainda muito concentrados no ego, temos o hábito de
desviar nossas expectativas para o que está no exterior, esquecendo-se de que o
essencial reside em nós mesmos. Dessa forma, tudo o que acontece de fora para
dentro toma grandes proporções para nós e uma importância muito além do que
deveria. Quando voltamos nossa atenção
ao nosso rico e maravilhoso universo interno passa a ter importância nossa
missão de vida, nossas metas, nossos avanços e, assim, o resto fica banal. Não
exigimos tanto dos outros e da vida porque nossa alegria está em nós.
Asism, fica
fácil perdoar a si e aos outros.
Experimente, em
qualquer situação, olhar para dentro de si vivenciando a verdade do seu ser.
Solte tudo o que está de fora, pois, isso não tem importância para seu
crescimento. O que as pessoas fazem, como elas são, não influenciarão sua jornada
aqui na terra. Ouça sua verdade e seu coração e experimente viver livremente e
levemente. Perdoe a todos, a tudo e especialmente a si mesmo.
Namastê
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